Serviço de fonoaudiologia melhora qualidade de vida de pacientes

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“Eu estava sem conseguir falar, nem me alimentar e mexia os músculos da face, mas graças ao trabalho da minha fonoaudióloga, hoje eu posso conversar e até cantar”, ressalta a aposentada Maria José de Lima, de 76 anos. Ela foi paciente de Marcela Maciel, uma das fonoaudiólogas do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP). A rede municipal de saúde de média e alta complexidade tem 25 profissionais da fonoaudiologia e investe nesses profissionais cujo dia é comemorado neste domingo (9).

De acordo com a fonoaudióloga Marcela Maciel, os casos atendidos pelo SAD são de pacientes graves, que não podem se locomover. Um dos casos de sucesso dela é dona Maria José de Lima, que foi vítima duas vezes de acidente vascular cerebral (AVC). “Ela tinha uma série de problemas decorrentes do AVC. Não conseguia fazer o trabalho de deglutição dos alimentos e nem falar. Daí, com um trabalho em equipe, que envolve o nutricionista, o médico, o fisioterapeuta, o enfermeiro e o técnico em enfermagem, dona Maria se recuperou em cinco meses”, afirma a fonoaudióloga.

No início do tratamento Maria José de Lima não conseguia nem segurar uma colher para comer, mas agora já se alimenta sozinha. “Eu agora quero voltar à igreja e dar o meu testemunho porque sou muito grata a Deus, à Marcela e à equipe do SAD”, comemora ela. Para a fonoaudióloga, a maior gratificação pelo seu trabalho é a recuperação do paciente, mas segundo ela, isto só é possível com o empenho da família.

No caso da aposentada, toda a família se uniu para dar suporte. “Eu segui todas as recomendações da equipe e de Marcela e, graças a Deus, nossa mãe vai passar mais um Natal conosco”, diz a filha da paciente, Marize de Lima. A fonoaudióloga fez todo um trabalho de recuperação, como massagem facial, para restabelecer a face, e elevação de laringe, para facilitar a deglutição. Agora que Maria José recebeu alta, ela faz os exercícios com sua filha em casa.

Serviço – O fonoaudiólogo atua na promoção, diagnóstico, orientação, e tratamento da linguagem oral, escrita, voz, audição e funções estomatognáticas. De acordo com Marcela Maciel, quando um distúrbio ou problema de linguagem não é tratado a tempo, pode causar sérios problemas para a criança mais tarde em sua vida. “Quanto mais cedo for a descoberta, mais eficaz será o tratamento”.

Na PMJP, os fonoaudiólogos atuam no Instituto Cândida Vargas (ICV), Hospital Santa Isabel, Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), Centro de Atenção Integral à Saúde do Idoso (Caisi), Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) de Jaguaribe e Mangabeira.

No Caisi, por exemplo, a diretora-geral, Norma Queiroz, disse que a procura pelo serviço é bastante elevada. “Os que vêm pela primeira vez são submetidos a uma anamnese e avaliação para obtenção de base para possíveis encaminhamentos e tratamentos. Aqueles pacientes que apresentam alterações que podem ser encaminhados e tratados nos grupos já formados são direcionados para os mesmos, porém, pacientes acometidos de AVC, Parkinson, Alzheimer, alterações neurológicas, e alterações auditivas são acompanhados de forma individual”, explica a diretora.

Tratamento – Conforme Norma Queiroz, o tratamento é prolongado e requer várias sessões até obter o resultado esperado. O Caisi mantém um grupo de estímulo vocal, criado para as pessoas com rouquidão, onde é trabalhada a respiração, articulação, ressonância, relaxamento e temas esclarecedores como ronco, disfonias e alterações auditivas.

“Durante 2011, esse grupo teve novas propostas, através de intervenções para o aperfeiçoamento vocal. Os idosos apreciaram essas abordagens, pois muitos cantam em coral e falam em público na igreja. Com o tratamento, eles melhoraram a qualidade vocal, reduziram o cansaço e tensão na região cervical”, destaca a diretora-geral do Caisi.