Serviços da SMS oferecem cuidados durante gravidez de risco e evitam mortalidade materna

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Luís Sousa

foto. Ivomar Gomes Pereira (24)Um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) é a redução da mortalidade materna em todo o mundo. Em João Pessoa, este também é um objetivo da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O Município conta com o Instituto Cândida Vargas (IVC), que é referência em gravidez e parto de risco, e com área técnica de saúde da mulher, que realizam diversas ações para redução e prevenção do óbito materno.

“Todas as ações da área técnica de saúde da mulher, no momento da gravidez, são voltadas para o cuidado de redução e principalmente prevenção de óbito materno. Estamos fazendo um trabalho muito atuante junto às equipes de saúde. Estamos acompanhando todas as Unidades de Saúde da Família (USF), passando orientações e acompanhando todas as intercorrências que aparecem. Além disso, a implantação da Rede Cegonha em João Pessoa veio fortalecer ainda mais o cuidado da mulher, principalmente aquelas mulheres que estão inseridas na gestação de alto risco”, explicou a coordenadora da área técnica de Saúde da Mulher, da SMS, Tânea Lucena.

“Aqui no Cândida Vargas temos um comitê que faz um trabalho de investigação dos óbitos maternos que acontecem na maternidade. A partir desta investigação nós elaboramos recomendações para a gestão sobre o que fazer para evitar a mortalidade materna. Sabemos que 90% das mortes maternas são evitáveis, por isso estamos sempre vigilantes”, ressaltou a coordenadora da Unidade Neonatal do ICV, Juliana Soares.

Ainda de acordo com a coordenadora, o comitê de mortalidade materna se reúne uma vez por mês e a participação é aberta para todos os interessados. “Todos estão convidados a participar do comitê. Precisamos da mobilização de todos para nos ajudar na sinalização daquela mulher que precisa de ajuda”, complementou Juliana.

Gravidez de risco – “Com 25 semanas de gestação a bolsa rompeu e eu fui trazida aqui pra Maternidade. O atendimento aqui é melhor que em hospital particular. Eles estão cuidando muito bem de mim”, contou Andréa Ferreira, que está internada há três semanas no Instituto Cândida Vargas. “Aqui eu estou segura que Daniel virá com saúde”, complementou.

Ao completar 36 semanas de gravidez, Michelle Ribeiro, de 18 anos, teve bronquite e foi atendida no ICV. “Aqui foi diagnosticado que eu também estava infecção urinária, e como são gêmeos decidiram que eu deveria ficar internada até o fim da gestação. Já estou aqui há 10 dias, mas é por uma boa causa. Todos aqui no ICV cuidam muito bem da gente, estão aqui o tempo todo, não precisamos nem chamar. E é um atendimento com carinho, sempre estão preocupados com nosso bem-estar”, relatou a gestante.

Estas e outras gestantes são acompanhadas pelos profissionais do Instituto Cândida Vargas. Para o médico ginecologista e obstetra e especialista em gravidez de alto risco, Marcelo Braga, o cuidado clínico é essencial para toda gravidez.

foto. Ivomar Gomes Pereira (3) (1)“Uma gravidez é considerada de alto risco quando há alguma comorbidade que pode interferir no desenvolvimento, na evolução e na integridade do feto e da mãe. Toda mulher precisa de um acompanhamento especial nesta fase da vida. Nove meses é um tempo muito longo e nesse período é possível surgir patologias como uma infecção urinária, diabetes gestacional ou até ocorrer o agravamento de alguma doença já existente, como por exemplo, a hipertensão. Para essas pacientes é necessário realizar um pré-natal diferenciado e o Cândida Vargas tem um olhar diferenciado para essas gestantes”, explicou o médico.

O especialista destacou ainda a importância de um atendimento humanizado no acompanhamento das usuárias gestantes. “Geralmente elas chegam bastante abaladas psicologicamente. Um atendimento humanizado, desenvolvendo um vínculo de confiança, melhora e muito a permanência delas aqui. O acolhimento e os cuidados fazem com que elas estejam bem e confiem no serviço e isso melhora os resultados obtidos”, complementou.

Formação constante – Como parte das estratégias da Rede Cegonha, os profissionais participantes da rede estão em constante processo de educação continuada. Recentemente, médicos, enfermeiros e outros envolvidos, do Hospital Universitário Lauro Wanderley, discutiram sífilis e o uso de fármacos na gestação. A capacitação aconteceu no Centro de Ciências Médicas, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Rede Cegonha – É uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar a atenção à saúde materno-infantil no País e será implantada, gradativamente, em todo o território nacional, iniciando sua implantação respeitando o critério epidemiológico, taxa de mortalidade infantil e razão mortalidade materna e densidade populacional.