Simulação de resgate no Timbó mobiliza órgãos da PMJP e moradores

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A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) da Prefeitura de João Pessoa (PMJP) mobilizou mais de 200 agentes de oito órgãos e secretarias na realização da simulação de resgate em situação de desastre, na manhã deste sábado (5), na comunidade do Timbó, Bancários. A ação foi um exercício da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), que ocorreu simultaneamente em todos os estados do Nordeste, e marcou a execução do plano de contingenciamento de deslizamentos e alagamentos na Capital, iniciativa da Comdec.

O prefeito Luciano Agra esteve presente na simulação e destacou a importância de haver este preparo dos profissionais que atuam com o resgate, apoio e atendimento à população, em casos de desastre. “João Pessoa está preparada para enfrentar situação de risco. Com este exercício da Defesa Civil Nacional nós qualificamos cada vez mais as equipes da PMJP e dos órgãos parceiros envolvidos neste processo”, afirmou Agra.

Simulação – Às 9h15 da manhã, a Comdec foi comunicada pela Defesa Civil Nacional do início da simulação. Um alarme tocou na comunidade e as pessoas deixaram suas casas, por causa do alerta de perigo. Os órgãos parceiros começaram a chegar ao posto de apoio montado na entrada da comunidade do Timbó, e seguiram para atender os moradores.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) participou com 42 agentes, com o apoio de cinco ambulâncias e oito motolâncias para atender aos supostos feridos. O atendimento simulado foi feito na tenda armada na base de apoio e, dependendo da gravidade, as vítimas foram levadas para o abrigo montado na Escola Olívio Ribeiro Campos, no bairro dos Bancários – que contou com uma equipe fixa do Samu – ou para o Ortotrauma, em Mangabeira, para fazer da simulação o mais real possível.

“Temos equipe qualificada no Samu, com equipamentos compatíveis com a necessidade de João Pessoa, além de uma rede hospitalar adequada para receber os pacientes que necessitem de atendimento de emergência nestes casos de catástrofe”, ressaltou a secretária de Saúde, Roseana Meira.
Todos os serviços de atenção básica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) estavam disponíveis, como o de enfermagem, ambulatorial e vigilância sanitária, além da equipe do Centro de Zoonoses, que articulou uma carrocinha para abrigar os animais retirados das casas.

A equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) já tinha o cadastro de todas as pessoas que moram na área do suposto desastre e auxiliou na retirada das famílias para o abrigo. No local, as pessoas receberam colchões e kits de higiene pessoal, e preencheram um novo cadastro.

O secretário da Sedes, Lau Siqueira, destacou o trabalho em conjunto com a Defesa Civil. “Somos a primeira secretaria neste tipo de ação, principalmente no período de chuvas estamos nas comunidades cadastrando as pessoas e também atuamos nos abrigos, com a disponibilização de colchões e cesta básica. Em seguida, encaminhamos as famílias que não podem voltar para suas casas ao auxílio-moradia e aos programas habitacionais da prefeitura”. De acordo com ele, o trabalho preventivo feito nos últimos anos tem resultado na diminuição de transtornos nas comunidades da Capital.

Avaliação – A simulação teve duas horas de duração e foi um sucesso. “Este trabalho foi executado hoje, mas já estamos visitando as comunidades desde o final do ano passado para avaliar os riscos reais em João Pessoa. Tudo o que fizemos aqui serve para executarmos em uma situação real de desastre. Colocamos em prática nosso plano de contingenciamento de desastres”, frisou o coordenador da Comdec, Noé Estrela.

Para o tenente-coronel Werneck, da Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), a Comdec e os órgãos que fizeram parte da ação cumpriram muito bem o plano de execução da simulação. “Nossa avaliação envolve a preparação para a simulação, o planejamento, a divulgação e os resultados da operação, que foram satisfatórios. Todo o plano foi executado com o previsto e as equipes parceiras participaram efetivamente”, disse ele. Segundo Werneck, também avaliaram a simulação dois agentes da Sedec, sendo um do Maranhão e outro do Rio de Janeiro. Posteriormente será feito um relatório oficial dos resultados.

O Coordenador da Defesa Civil Estadual, José Walber Rufino, destacou a habilidade dos órgãos parceiros em atender ao chamado da Defesa Civil Municipal. “Até mesmo os voluntários neste tipo de operação foram rápidos. Teve agente que estava em Tibiri e conseguiu chegar ao local em 40 minutos devidamente fardado”, frisou ele.

A operação – Na simulação, também foi feita a retirada de móveis de algumas casas. De acordo com o coordenador do Núcleo de Remoção, Eloi de Brito, 30 agentes participaram da ação, com a utilização de dois veículos F4000, um caminhão com guincho e duas kombis.  O Corpo de Bombeiros incluiu três equipes no grupo de apoio, somando 40 pessoas. Já o Grupo Voluntário de Ação, Busca e Salvamento (GASP) mobilizou 12 pessoas.

Para garantir a segurança das equipes de salvamento e atendimento, dos moradores da comunidade e das casas, a Polícia Militar disponibilizou 12 agentes. Para a mesma função, a Guarda Municipal designou 40 homens. De acordo com o major Lucas Severiano, da Guarda Municipal, a vigilância também se estende aos abrigos. “É um trabalho em conjunto com a PM, que por definição, deve ter uma postura mais ostensiva”, explica ele.

O apoio da Guarda também é feito com a disponibilização via rádio com a Defesa Civil. Neste aspecto também participou da ação a Rede Nacional de Emergência de Radioamadores (Rener). De acordo com o coordenador de São Paulo, Marcelus Valezzi, eles mobilizaram rádios amadoras locais para auxiliar na comunicação entre os órgãos participantes caso haja necessidade. “Neste tipo de situação, a comunicação por rádio é essencial, caso outros meios estejam impossibilitados”, afirmou.

População – Na simulação, a moradora Almira Jerônimo foi retirada de sua casa em uma ambulância do Samu e foi encaminhada para o abrigo na escola a poucos metros do local. “Todos os anos nós passamos por algum transtorno na comunidade. Eu moro próximo à barreira e já vi alguns vizinhos terem de deixar suas casas. Espero que nunca ocorra nada de grave, mas eu fiz questão de participar deste trabalho”.

Já Gracineide de Souza participou como atriz na operação, assim como mais cinco colegas. Ela ficou na casa de uma família esperando que a simulação começasse. “A comunidade realmente levou este trabalho a sério. Na casa onde fiquei as pessoas estavam ansiosas para participar, pois todo esse trabalho serve como treinamento”.

O morador José Nilson foi levado com as duas sobrinhas para o abrigo e disse estar satisfeito com a experiência. “Quando o alarme tocou a gente saiu de casa com nossa documentação sem levar nada, conforme as orientações que recebemos. Nessas emergências, o importante é estar com a família e procurar ajuda. Em pouco tempo fomos encaminhados para cá. Apesar de ser apenas uma simulação, é um aprendizado para nós”.