SMS alerta sobre doenças transmitidas durante as festas de Carnaval

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O Carnaval é uma das épocas mais esperadas e comemoradas do ano. Mas é nesse período também que há o aumento no número de DSTs e outras doenças causadas pelo contato direto e intimo entre as pessoas, como viroses respiratórias, conjuntivites, hepatites e mononucleose – conhecida popularmente como a doença do beijo.

Principalmente durante as festividades carnavalescas, tomar os cuidados necessários e saber se prevenir é fundamental para quem quer evitar futuros problemas com a saúde. De acordo com o infectologista Francisco de Assis do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) da Secretária Municipal de Saúde (SMS), é possível brincar o Carnaval com tranquilidade e segurança, mas alguns cuidados devem ser redobrados nesse período.

Francisco de Assis, explica que nesse período as pessoas se cuidam menos e por isso estão mais sujeitas a certas doenças. “O pouco repouso, alimentação incorreta durante as festas, baixo consumo de água e o calor provocam a diminuição da imunidade do organismo, deixando-o mais propicio às doenças”, argumenta o especialista.

“As pessoas devem lembrar sempre de usar preservativo nas relações sexuais, consumir álcool moderadamente, pois o contrário leva a uma queda da imunidade com possibilidade de aparecimento de infecções que estavam controladas como, por exemplo, o Herpes genital ou labial. As pessoas devem se atentar também para o não compartilhamento de seringas e outros objetos que furam ou cortam”, completou o médico.

A Secretaria de Saúde de João Pessoa, durante as festas de Folia de Rua e do Carnaval Tradição, estará realizando a campanha de prevenção e orientação que este ano tem como tema: “Eu uso camisinha, eu me previno, eu me testo”.

Nesse período, a Seção DST/Aids estará ofertando à população ações direcionadas a realização de teste rápido para HIV e Hepatite C, além da distribuição de 20 mil preservativos, por cada noite de festa. O teste rápido será realizado pelos profissionais do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), numa tenda localizada no Corredor da Folia. O resultado do teste sai em no máximo 30 minutos e é sigiloso.

Ainda para quem quer aproveitar e cair na folia, o infectologista explica que a prevenção é o único remédio para doenças, principalmente as sexualmente transmissíveis. “No Carnaval, é a época de fazer o que quiser mesmo, amar, beijar, curtir a vida, mas sempre com muita responsabilidade, sabendo dos riscos que cada um está correndo e, lembrar de se prevenir”, disse.

As doenças mais comuns que podem ser transmitidas durante o Carnaval são:

Viroses respiratórias: Geralmente acometem os foliões nos primeiros dias pós-festa. Os sintomas são: febre, diarréia, náuseas, tontura e sensação de fraqueza.

Mononucleose: Popularmente conhecida por doença do beijo, a mononucleose infecciosa é uma doença benigna, mas em alguns casos, a apresentação clínica se dá de forma mais severa. Os principais sintomas são: febre, dor de garganta, gânglios (ínguas) submandibulares, dores nas articulações, prostração vermelhidão na pele e aumento do baço. O vírus pode permanecer no organismo por um longo período, porém a doença só se manifesta apenas uma vez.

Conjuntivite: Nesse período há um maior número de casos da doença, devido ao aumento do contato com diversas outras pessoas, muitas das quais previamente infectadas. Além disso, as altas temperaturas – os raios ultravioletas baixam a imunidade – e a falta de cuidado com a higiene das mãos, que são levadas sujas aos olhos, proporcionam o desenvolvimento da doença.

Hepatites: Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas.

No Carnaval umas das principais formas de contágio é compartilhar utensílios. Se a pessoa estiver com o vírus, o indivíduo que beber no mesmo copo, por exemplo, pega. Outra forma pela qual a hepatite A pode ser transmitida é consumir alimentos e bebidas contaminados.

No caso dos vírus B, C e D a transmissão também pode ser sanguínea, a exemplo pratica sexo desprotegido, por compartilhamentos de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam.

Herpes: A principal característica são as feridas ao redor dos lábios, mas nem sempre os sintomas aparecem, tornando mais difícil a identificação de problemas. Não tem cura. O vírus fica no organismo de quem teve contato, mas nem todos desenvolvem os sintomas.

Sífilis: Causada por bactéria, é considerada uma doença sexualmente transmissível. Contudo, em sua fase secundária, é altamente contagiosa através do beijo.

DSTs: Nessa época do ano é muito alto o índice de pessoas que contraem Hepatite B e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como a AIDS e o Papiloma vírus Humano (HPV). Por isso, o uso do preservativo é imprescindível. No caso do HPV, a camisinha não garante 100% de proteção, pois as lesões podem ser microscópicas.

Tétano: Ninguém está livre de pequenos acidentes, como cortes, mas é preciso ficar atento já que a bactéria que transmite a doença está em vários lugares como no solo, em fezes de animais ou humanas que se depositam na areia, ou na terra sob uma forma resistente (esporos). A infecção se dá pela entrada de esporos por qualquer tipo de ferimento na pele contaminado, por isso é importante estar com o calendário de vacinação atualizado.

Cárie: A bactéria Streptococcus mutans pode passar de boca em boca e estragar os dentes. Mas, para isso, ela precisa encontrar um ambiente propício.

Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA): A Rede Municipal de Saúde de João Pessoa oferta testes para verificar se a pessoa é portadora de alguma DST. Esses testes são realizados gratuitamente no CTA, que funciona de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h, sem intervalo para almoço, no Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) de Jaguaribe, na Rua Alberto de Brito, s/n. Para mais informações o usuário pode ligar para 3214-6091.