SMS apresenta dados de suicídios e fluxo de assistência em João Pessoa

Por Thibério Rodrigues - em 1208

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa apresentou, nesta terça-feira (10), dados sobre suicídio na Capital e fluxo para assistência e cuidados na rede municipal. A apresentação aconteceu no auditório da Estação das Artes, anexo à Estação Cabo Branco, em evento alusivo à campanha Setembro Amarelo e ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Segundo dados da Vigilância Epidemiológica de João Pessoa, a taxa de óbitos por lesão autoprovocadas, entre os residentes na Capital, passou de 3,5 por 100 mil habitantes em 2013 para 5,1 em 2018. Percebe-se que, neste período, o número de suicídio é maior entre homens do que em mulheres. De 2013 até 2018, foram registrados um total de 166 casos de suicídio, sendo 136 pessoas do sexo masculino e 30 do sexo feminino.

Do total de homens que se suicidaram neste período, 41,6% estava na faixa etária de 30 a 49 anos, enquanto 34,72% tinham 50 anos ou mais e 22,22% estavam na faixa de 10 a 29 anos de idade. Entre as mulheres, 50% tinham de 30 a 49 anos, 29,41% estavam com 50 anos ou mais e 20,59% tinham de 10 a 29 anos de idade.

De acordo com o secretário de Saúde, Adalberto Fulgêncio, a rede municipal tem realizado diversas ações para diagnóstico de doenças e prevenção ao suicídio. “Nossa rede está articulada e preparada para receber esses casos e trabalhar a prevenção. Realizamos qualificação para notificação compulsória das tentativas de suicídio, capacitação dos profissionais das secretarias de saúde, educação, habitação e limpeza urbana, sistematização de dados como meio para estabelecer estratégias de prevenção ao suicídio, intensificamos a prevenção ao suicídio nas escolas e condomínios residenciais, definimos fluxo de atendimento e os serviços de referência para tratar os tentantes”, afirmou.

No primeiro semestre deste ano, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de João Pessoa já atenderam 199 casos de pessoas que tentaram suicídio. O número é maior do que os atendidos nos doze meses do ano passado, quando foram 124 casos.

“A preocupação é também pela identificação da diminuição da faixa etária, são crianças e adolescentes que por algum motivo entram para a estatística. Por exemplo, em 2018 foram 20 casos de crianças e adolescentes que tentaram suicídio, enquanto que só no primeiro semestre deste ano foram 81 casos, todos atendidos e assistidos no Caps Cirandar”, destacou o secretário de Saúde.

Serviço – O fluxo de atendimento para os casos de tentativa de suicídio é composto por uma rede integrada. O primeiro atendimento, que é a estabilização do paciente, pode ser realizado pelo Corpo de Bombeiros, Samu, Centro de Valorização da Vida (CVV), Pronto Atendimento em Saúde Mental (Pasm), pronto atendimento de hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e Unidades Básicas de Saúde (UBS).

D R T >RJ . 15855. Ivomar Gomes Pereira.

O atendimento diagnóstico é realizado no Caps Cirandar, para crianças e adolescentes até 18 anos de idade, e no Caps Caminhar para pessoas com mais de 18 anos. Já o tratamento também pode ser realizado nos Caps, assim como hospitais, policlínicas e unidades básicas de saúde.

Programação – A programação ao longo do mês de setembro contará com rodas de conversa nas Unidades de Saúde da Família (USF), além de palestras, oficinas, qualificações, dinâmicas de relaxamento, grupos operativos, sessões de cinema e outras atividades nos quatro Centros de Atenção Psicossocial.

 Setembro Amarelo – O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio foi criado em 2003 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Já o ‘Setembro Amarelo’ é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, que acontece desde 2015 por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O objetivo é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio e divulgar o tema alertando a população sobre a importância de sua discussão.