SMS facilita comunicação de usuários com deficiência auditiva nos serviços de saúde

Por Thadeu Rodrigues - em 3050

Usuários dos serviços de saúde com deficiência auditiva são acompanhados por intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) nas consultas e atendimentos para mediar a comunicação com os profissionais. O serviço dos intérpretes é realizado em hospitais, Centros de Atenção Integração à Saúde (Cais), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e nas Unidades de Saúde da Família (USF).

A usuária do Cais do Cristo, Marcia de Souza, conta que é por meio da intérprete que consegue cuidar da saúde. “Venho com o meu marido e recebemos atendimentos de várias especialidades no Cais. Depois de toda esta assistência, saímos daqui felizes”, diz ela.

Em cada Cais (Cristo, Jaguaribe e Mangabeira) há um intérprete fixo. Nestes equipamentos são realizados diversos tipos de atendimentos especializados, a exemplo de cardiologia, urologia, ginecologia, dermatologia, reumatologia, pediatria, geriatria, psiquiatria, endocrinologia, gastroenterologia, psicologia, nutrição e especialidades odontológicas. O acesso é por meio das USF.

De acordo com a gerente de Atenção Especializada da Secretaria Municipal de Saúde, Andressa Cavalcante, cada Cais disponibiliza um intérprete de libras para acompanhar o usuário nas consultas. “O importante é quebrar as barreiras da linguagem. A falta de audição não deve ser um fator de segregação social”.

Rosângela Lima é técnica de enfermagem no Cais Cristo e especialista em Libras. Quando a intérprete da unidade de saúde está em atendimento externo, é ela quem auxilia os usuários. “Eu também faço este acompanhamento externo, quando necessário. Recentemente, participei da equipe em um parto cesáreo. Entrei no bloco cirúrgico para ajudar na percepção de quando a anestesia começasse a fazer efeito. Foi fantástico! Em 12 anos na área, nunca senti coisa tão linda. Todos choramos”, conta.

Pré-natal – Maria Simone está grávida de sete meses e faz seu pré-natal numa USF de Mangabeira, sendo acompanhada pela intérprete. “É muito importante para mim, porque é um serviço que funciona e faz diferença na minha vida e na do meu bebê”.

Ela foi ao Cais do Cristo se consultar com o médico Thiago Gomes, que reitera a atuação dos intérpretes. “Valorizo muito o trabalho deles e, com a repetição nas consultas, acabamos aprendendo algumas expressões”, afirma o médico.

Mãos que Multiplicam Saúde – O projeto Mãos que Multiplicam Saúde começou em 2014 e já capacitou mais de 200 profissionais dos estabelecimentos de saúde do município. Conforme Andressa Cavalcante, esta é uma forma de melhorar o acolhimento ao cidadão.

Rosângela Lima é uma das facilitadoras da capacitação. “O curso tem duas vertentes. Uma é levar palestras sobre cuidados em saúde aos usuários com deficiência auditiva por meio dos intérpretes. Outra é capacitar os profissionais dos serviços de saúde da Prefeitura”, explica ela.

A facilitadora explica que o curso tem uma carga horária de 20 horas-aula, distribuída em dez aulas. “Nesta capacitação, nós fazemos uma introdução à linguagem dos sinais, para que o profissional consiga estabelecer um contato inicial com o usuário”. As turmas variam de 20 a 30 alunos.