SMS oferece atendimento domiciliar multiprofissional para pacientes acamados

Por - em 1356

Rebeka PaivaSAD - Fotos Rebeka Paiva (3)

Em outubro de 2015 dona Olívia Domingos, de 89 anos, sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) Isquêmico e teve grande parte do cérebro comprometido. Depois de mais de um mês no hospital ela recebeu alta, mas a família constatou que ela havia ficado com grandes limitações e foi atrás da Unidade de Saúde da Família (USF) de referencia para que a dona Olívia fosse atendida em casa.

Eu queria que um médico da USF mesmo viesse vê-la em casa pela dificuldade de levar ela até a unidade, foi quando na USF me falaram do SAD, solicitei a visita de uma equipe deles, que constataram que Dona Olívia precisava desse atendimento especializado em casa e hoje ela recebe visita da equipe uma vez por semana”, relata Sandra Ruiz, nora de D. Olívia.

Hoje Dona Olívia é atendida por uma equipe composta por fonoaudióloga, nutricionista, além do médico e enfermeiro, que buscam reabilitá-la para minimizar os danos causados pelo AVC e assim ofertar uma melhor qualidade de vida.

Assim como Dona Olívia, os usuários da rede municipal de saúde que possuem dificuldade física de locomoção e necessitam de acompanhamento profissional contínuo podem contar com o Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), que busca levar até o paciente um atendimento mais humanizado e multiprofissional.

Para cuidar de pessoas que precisam ser atendidas em casa devido ao seu estado de saúde, o SAD conta com o trabalho de 78 profissionais que se dividem em sete equipes básicas (formada por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos em enfermagem) e três equipes de apoio (formada por fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais e farmacêutico).

Para Marcela Leiros, uma das profissionais do SAD, o serviço é gratificante. “Trabalhar com a reabilitação de uma pessoa é algo que gratifica bastante, fazemos o tratamento visando não apenas a melhora física da pessoa, mas é uma forma de dar àquele paciente uma qualidade de vida melhor, mesmo que alguns pacientes não voltem a ter a vida que eles tinham antes é nítida a melhora, o desenvolvimento deles, como ganham mais essa qualidade e isso é gratificante de se ver”, comenta a fonoaudióloga.

De acordo com fonoaudióloga do SAD, Marcela Leiros, as conversas com os familiares e cuidadores são fundamentais para orientar os cuidados que precisam ser tomados com o paciente, exercícios que precisam ser feitos, além de tirar dúvidas.  SAD - Fotos Rebeka Paiva (13)

Para a Marcela, o atendimento residencial no tratamento é uma coisa muito cômoda, tanto para o paciente que continua no seu ambiente natural, como também para o seu cuidador, que geralmente é um familiar e não precisa sair da sua rotina para dá assistência.

“É fundamental a participação da família e do cuidador nesse processo de reabilitação, o SAD vai até o paciente e faz o atendimento uma vez por semana, mas se a família e/ou cuidador não derem continuidade aos exercícios que ensinamos o tratamento vai ficando mais lento. O trabalho que desenvolvemos depende muito da família, do cuidador e da própria pessoa que tem que querer ou compromete todo o processo de reabilitação”, explica a Marcela.

Antônia Vieira é mãe e cuidadora de Ricardo, de 26 anos, um dos pacientes atendidos pelo SAD. Para ela o serviço é fundamental para a melhora de seu filho e para que ela consiga cuidar melhor dele.

“Meu filho sofreu um acidente de moto e passou quatro meses dentro do hospital, a gente nunca espera que uma coisa dessas vá acontecer com a família da gente, mas aconteceu e ficamos sem saber o que iria acontecer depois, principalmente por ter sido um quadro grave. Até que dentro do hospital soube do trabalho do SAD que faz essa desospitalização e busquei o serviço. Desde que meu filho chegou em casa, há um mês, ele recebe o atendimento domiciliar e a evolução e melhora dele já é nítida, principalmente na reabilitação da fala. O SAD é um serviço fundamental para mim e principalmente meu filho, estamos passando por uma situação difícil imagine se não tivesse o apoio do serviço. Não sei o que seria das nossas vidas sem o serviço de atendimento domiciliar”, relata dona Antônia

Atendimento – Atualmente, o SAD possui 187 usuários cadastrados. Apenas no mês de abril deste ano foram realizados 944 procedimentos. Para ser incluído no programa é necessário estar acamado e/ou possuir alguma dificuldade física de locomoção ao serviço de saúde, ter um cuidador permanente, possuir o cartão Sistema Único de Saúde (SUS) e ser residente do município de João Pessoa.

Para ter acesso ao SAD, o usuário deve procurar a unidade de saúde de família (USF) mais próxima de sua residência, ou algum serviço de saúde da área especializada, como Cais, para que sejam realizados os primeiros atendimentos e o encaminhamento ao serviço domiciliar do programa. Em casos de desospitalização, o próprio hospital, através do seu setor de serviço social, faz a solicitação e encaminhamento do usuário ao SAD.

É importante ressaltar que toda solicitação deve ser feita por um profissional de saúde, de nível superior, que esteja acompanhando o quadro clinico do usuário para que o encaminhamento seja feito de forma segura.

O Serviço de Atendimento Domiciliar funciona no prédio anexo a Secretaria Municipal de Saúde, na Avenida Epitácio Pessoa. Para mais informações o usuário pode ligar no telefone: 3214-7149.