Secretaria de Saúde oferece palestras e oficinas sobre doença falciforme
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) promove, até sexta-feira (21), a Semana de Mobilização Hospitalar da Doença Falciforme. Durante a semana serão ofertadas à população atividades como palestras e oficinas sobre os casos agudos da doença, a importância do acolhimento ao portador e informações sobre a doença, o diagnóstico e o tratamento.
As ações acontecem no Hospital Municipal do Valentina e tem como objetivo conscientizar e qualificar os profissionais da saúde no cuidado de pacientes com a enfermidade.
Segundo a coordenadora da área técnica da saúde da população negra, Perla Figueredo, a campanha é fundamental já que a doença ainda é tratada com preconceito. “Pretendemos dar visibilidade à doença, sensibilizando os profissionais da saúde e consequentemente a população, quebrando os tabus existentes em torno do assunto” comentou.
Perla lembra, ainda, que a doença é hereditária, ou seja, acontece quando os pais transferem essa característica para os filhos, podendo desenvolver apenas a herança genética ou a doença, com presença de sinais e sintomas, sendo assim não há outras formas de contágio.
Segundo dados da Associação Paraibana de Portadores de Anemias Hereditárias (ASPPAH), nascem no Brasil, por ano, 3.500 crianças com Traço Falciforme, ou seja, uma a cada 35 recém-nascidos vivos do país podem desenvolver a doença.
Zuma Nunes descobriu ser portador da anemia falciforme aos 11 anos. “Já sofri bastante no inicio da doença por falta de qualificação e conhecimento dos médicos, por isso acho importante essa ação desenvolvida pela SMS, pois os médicos e profissionais da saúde no geral precisam aprender a lidar com os portadores e conhecer melhor a doença” disse.
“Há mais de cem anos que foi detectado o primeiro caso de anemia falciforme no Brasil e ainda assim é uma doença desconhecida e tratada como uma anemia qualquer, mas possui sintomas diferentes e mais graves” explicou a coordenadora da ASPPAH, Dinaci Tenório.
A SMS oferece, por meio das unidades da saúde da família, atendimento aos usuários que precisam de assistência, informação e apoio. Além da qualificação profissional, ainda é feita uma busca direta aos usuários portadores da doença, para que ele possa ser acompanhado sua totalidade.
Doença Falciforme – A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária, predominante em negros, mas que pode manifestar-se também nos brancos. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos.
As hemácias falciformes contêm um tipo de hemoglobina, a hemoglobina S, que se cristaliza na falta de oxigênio, formando trombos que bloqueiam o fluxo de sangue, já que não possuem a maleabilidade da hemácia normal.
Diagnóstico – O diagnóstico da doença é feito a partir do teste do pezinho, que deve ser feito até o quinto dia de vida da criança e também pelo exame Eletroforese de Hemoglobina, que pode ser feito em qualquer idade, sendo considerado um dos principais exames capaz de detectar o distúrbio Falciforme.
Sinais e sintomas – Infecções recorrentes, anemia crônica, icterícia, também conhecida como amarelidão, problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais, fraqueza e crises de dor.
Tratamento – O tratamento da doença é feito com a profilaxia de infecções com antibioticoterapia, especialmente em crianças até os cinco anos de idade; uso contínuo do ácido fólico, que contribui para prevenir crises de falcização e; além disso, é primordial o incentivo ao autocuidado com medidas de prevenção das complicações como: ingestão de liquido, palpação do baço a fim de observar se há aumento ou não, usar vestimentas de acordo com o clima, não realizar esforço físico brusco ou repentino. Para mais informações, o usuário pode ligar para área técnica de saúde da população negra da SMS pelo 3214-7955.
Programação:
Terça-feira (18/11)
Manhã: Abordagem clínica da Doença falciforme.
Tarde: Abordagem informativa.
Quarta-feira (19/11)
Manhã: Abordagem informativa.
Tarde: Abordagem clínica da Doença Falciforme.
Quinta-feira (20/11)
Manhã: Abordagem informativa.
Tarde: Oficina: Eventos agudos na Doença falciforme: a importância do atendimento em tempo hábil na criança.
Palestrante: Dra. Eloisa Cartaxo.
Sexta-feira (21/11)
Manhã: Depoimento de usuário e encerramento da Semana de Mobilização.