SMS promove saúde da população negra por meio de programas específicos

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Qualificar o atendimento médico à população negra e dar início ao programa municipal de promoção e atenção integral às pessoas com doença falciforme são as duas principais linhas de atuação do projeto “Saúde e Cidadania: Lideranças Negras em Ação”, a ser implantado este ano pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O projeto reafirma o compromisso da gestão municipal com as políticas destinadas à população negra e marca o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, celebrado nesta quinta-feira (21).

A Área Técnica da Saúde da População Negra, criada pela Prefeitura Municipal de João Pessoa em 2011, tem como objetivo formular ações que promovam, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a redução das iniquidades em saúde relacionadas à questão racial, reconhecendo as especificidades deste segmento da população. “O eixo central é o princípio da equidade, no intuito de promover ações de combate ao racismo institucional”, destacou Dandara Correia, coordenadora da Área Temática.

O racismo nas instituições, segundo ela, pode ser visto ou detectado em processos, atitudes ou comportamentos que denotam discriminação resultante de preconceito inconsciente, ignorância, falta de atenção ou de estereótipos racistas que coloquem minorias étnicas em desvantagem. “Este tipo de comportamento impede o acesso adequado da população negra aos bens e serviços públicos, ampliando ainda mais as desigualdades sociais e raciais. Foi para lutar contra esta condição e qualificar a atenção à população negra que a SMS implantou a área temática”, disse.

Saúde e racismo – Na saúde, as desigualdades decorrentes de questões étnico-raciais se refletem em dados epidemiológicos que evidenciam diminuição da qualidade e da expectativa de vida da população negra, tanto pelas altas taxas de morte materna e infantil, como pela violência vivenciada de forma mais intensa por esse grupo.

Uma enfermidade com incidência relacionada a esse segmento da população é a doença falciforme. No município, com a notificação compulsória, foram cadastradas 184 pessoas com a doença. Para oferecer acompanhamento apropriado, a SMS já qualificou mais de 500 profissionais da rede, desde 2011, e criou procedimentos técnicos para o atendimento adequado na atenção básica.

No Brasil, estima-se que, por ano, três mil crianças nasçam com o problema. Os principais sintomas são anemia crônica, icterícia (cor amarelada na parte branca dos olhos), mãos e pés inchados, muita dor nos punhos e tornozelos (frequente até os dois anos de idade) e crises de dores em músculos, ossos e articulações.