SMS realiza mutirões para diagnosticar ou descartar casos suspeitos de microcefalia
Thibério Rodrigues
A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) vai realizar mutirões para diagnosticar ou descartar casos suspeitos de microcefalia da 1ª macrorregional. Para isso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) está convocando as mães de crianças que estavam incluídas dentre os casos notificados, mas não retornaram às unidades de referência para o acompanhamento, impossibilitando o diagnóstico. Desde o mês de novembro do ano passado, a SMS está notificando e monitorando os casos suspeitos da malformação congênita.
As atividades ocorrerão a partir desta segunda-feira (2) no Instituto Cândida Vargas (ICV), que atenderá apenas crianças residentes em João Pessoa, e a partir de quarta-feira (4) no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), responsável pelo atendimento das crianças residentes nos demais municípios e parte da Capital.
O cronograma de atividades foi estabelecido em parceria entre a SMS e os dois hospitais de forma a facilitar o fluxo de deslocamento das famílias. As listas com os nomes das crianças que necessitam da avaliação serão enviadas aos municípios de residência.
De acordo com o gerente de Vigilância Epidemiológica da SMS, Daniel Batista, os municípios de residência dessas crianças deverão localizá-las e entrar em contato com as famílias convidando para a ação, informando a data em que estão agendadas e a importância de diagnosticar ou descartar os casos suspeitos.
“A avaliação se faz necessária para a detecção de possíveis casos. Uma vez confirmados, necessitam iniciar o tratamento especializado o mais precocemente possível, a fim de obter a melhor evolução da criança”, afirmou Daniel.
O fluxo de atendimento nas duas unidades de saúde começa pelo acolhimento psicossocial da criança e da mãe, sendo encaminhadas para a realização de antropometria (peso, estatura e perímetro cefálico), passando por radiologia e avaliações pediátrica, fonoaudiológica e fisioterapêutica.
As crianças com microcefalia ou atraso do desenvolvimento psicomotor serão encaminhadas para ambulatório de referência. Tanto os casos confirmados quanto os descartados deverão continuar sendo acompanhados pela atenção básica.
Assistência em João Pessoa – Os bebês com microcefalia são acompanhados pelas redes de atenção básica e atenção especializada da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e encaminhados para atendimentos especializados de neuropediatra, oftalmologia, otorrinolaringologista, fisioterapeuta, entre outros.
Assim que diagnosticada a malformação, a maternidade deve encaminhar o recém-nascido para a Unidade de Saúde da Família (USF) mais próxima da residência da família. É a USF que deverá encaminhar a criança para avaliação no Ambulatório do Centro de Referência Municipal para Inclusão da Pessoa com Deficiência (CRMIPD).
Para este encaminhamento é necessário apresentar o Cartão Nacional do SUS e Certidão de Nascimento da criança; comprovante de residência, RG e CPF da mãe; e encaminhamento do profissional de saúde da unidade. Para os demais municípios, o centro de atendimento especializado é a Fundação de Apoio ao Deficiente (Funad).
Microcefalia – A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde.
Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.