Trabalho da Secretaria Municipal de Saúde tem sido intenso no combate ao Aedes aegypti

Por Luis Sousa - em 486

Mazinho Gomes Fotografo DRT/RJ 15855

Luís Sousa

O trabalho da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para combater o Aedes aegypti sempre foi intenso em João Pessoa, mas desde outubro de 2015, quando o Ministério da Saúde começou a investigar a relação do vírus Zika com o aumento dos casos de microcefalia, estas ações têm sido ainda mais intensificadas pela Gerência de Vigilância Ambiental e Zoonoses (Gvaz) da Capital. Nestes últimos quatro meses, os Agentes de Saúde Ambiental (ASA) realizaram mais de 300 mil visitas domiciliares, além do recolhimento de pneus e da realização de ações educativas e formação de multiplicadores no combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.

“Temos equipes realizando as visitas domiciliares de rotina e também estamos trabalhando forte com ações educativas, realizando palestras, capacitações, exposições, cinemateca e panfletagens em muitas escolas e igrejas. Solicitamos que as pessoas assumam dentro de seus espaços o compromisso de evitar a formação de criadouros”, enfatizou o gerente de Vigilância Ambiental e Zoonoses da SMS, Nilton Guedes.

Esta semana, profissionais da Secretaria de Saúde da Capital se reuniram com mais de 150 professores de biologia e ciências do município, para que eles se tornem multiplicadores nas escolas e também capacitaram os profissionais de Unidades de Saúde da Família (USFs) e de instituições parceiras, como Universidade Federal da Paraíba, Hospital Universitário Lauro Wanderley, Controladoria Geral da União, Justiça Federal, Companhia Brasileira de Trens Metropolitanos, Fundação Nacional de Saúde, Tribunal de Contas da União, Justiça Federal, Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) e muitos trabalhadores da construção civil.

“Estas pessoas treinadas serão fiscalizadores de seus ambientes de trabalho e também em casa e irão multiplicar o conhecimento recebido e com isso teremos uma grande rede de combate ao Aedes aegypti”, acrescentou Nilton Guedes.

Programação – As ações continuam nos próximos dias. Nesta quinta-feira (3), às 8h30, os integrantes do Grupo de Idosos da 2USF São José, participarão de uma roda de conversa, onde poderão esclarecer todas as dúvidas sobre a proliferação e combate do mosquito. Já às 15h, a palestra acontece para moradores e trabalhadores do Condomínio Bosque das Orquídeas, no Altiplano, e para alunos e professores da Escola Municipal Índio Piragibe, em Mangabeira. Ainda na tarde de quinta-feira (3), às 15h30, outra equipe da Vigilância Ambiental conscientizará pais e professores dos alunos do Centro de Referência em Educação Infantil (Crei) José Américo.

Para fechar a semana, na sexta-feira (4), as ações de conscientização acontecem na USF Timbó, a partir das 8h; na Escola Municipal Afonso Pereira, em Mangabeira VIII, às 10h; e na Escola Municipal Lions Tambaú, às 14h.

Rede Municipal – As ações de conscientização são importantes para impedir que o mosquito nasça e assim evitar a dengue, zika e chikungunya e as consequências que estas doenças podem causar. Mas quem é acometido por uma destas enfermidades pode procurar atendimento na Rede Municipal de Saúde, através das Unidades de Saúde da Família (USF), Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e hospitais.

O atendimento para casos de microcefalia realizado no município de João Pessoa tem sido considerado referência. Tanto que até técnicos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do Governo dos Estados Unidos (CDC) e emissoras de televisão da Inglaterra e Alemanha vieram conhecer o trabalho que é realizado por aqui.

Fluxo de Atendimento – Toda a Rede Municipal de Saúde de João Pessoa está envolvida no atendimento de casos de microcefalia e o cuidado começa ainda no pré-natal, que inicialmente é realizado pela Atenção Básica, nas Unidades de Saúde da Família e quando há a identificação de alguma anomalia, as gestantes são encaminhadas para o pré-natal de alto risco, realizado pela Atenção Hospitalar, através da Rede Cegonha.

Assim que diagnosticada a malformação, o hospital deve encaminhar o recém-nascido para a Unidade de Saúde da Família (USF) mais próxima da residência da família. É a USF que deverá encaminhar a criança para avaliação no Ambulatório do Centro de Referência Municipal para Inclusão da Pessoa com Deficiência (CRMIPD), localizado na Rua Cel. Otto Feio Silveira, Pedro Gondim.

Após atendimento neuropediátrico, os bebês serão encaminhados para realização de consultas e exames especializados através de parcerias da Secretaria Municipal de Saúde com a S.O.S. Otorrino, para atendimento de otorrinolaringologia, e com o Instituto dos Cegos da Paraíba, para oftalmologia, fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional.

Participação – Para informações ou denúncias de possíveis focos do mosquito, a população pode entrar em contato com a Vigilância Ambiental da Prefeitura de João Pessoa. O telefone é o 3214-5718. Ou pode ligar ainda para a Ouvidoria da Saúde pelo número 160.

Legislação – Já está em vigor a lei municipal de nº 13.173, que estabelece medidas de combate ao mosquito Aedes aegypti e de prevenção à microcefalia, além de multas para pessoas que contribuam de alguma forma para o surgimento de criadouros e proliferação do mosquito em João Pessoa. A multa é de aproximadamente R$ 600, dobrada em caso de reincidência.