Trabalho de prevenção retira João Pessoa do cenário de desastres provocados pelas chuvas no Nordeste

Por Carolina Queiroz - em 1346

Inundações, deslizamentos, pessoas desabrigadas, mortes. Essa é uma cena que se repete a cada ano, com a chegada do período chuvoso em muitas cidades do Nordeste. João Pessoa já figurou nesse cenário, porém desde 2013, após a implantação do Programa João Pessoa em Ação, a realidade na Capital paraibana é outra.

O sucesso do trabalho preventivo pode ser conferido através dos números. As chuvas no ano de 2013 somaram um acumulado, entre os dias 4 e 7 de setembro, 188,8 mm. O número de famílias afetadas pelos desastres, chegava a 5100, em todas as 31 áreas de risco de desastre. Em 2014, o número caiu para 138 famílias, e apenas três áreas de risco de desastre. Dois anos depois, foram apenas 18 famílias abrigadas e as áreas de risco passaram para duas.

Na Comunidade do Timbó, localizada no bairro dos Bancários, antes da implementação do programa, aproximadamente 400 famílias eram afetadas pelos danos causados pelas chuvas, entre desalojadas e desabrigadas. Foram registrados ainda deslizamento de terra, inundações de imóveis e desabamento de moradias. E na Comunidade Tito Silva, no Miramar, uma pessoa morreu devido as consequências das chuvas. Atualmente, a área não figura mais no mapa de risco da Defesa Civil.

Queda dos números – Com a continuação das ações preventivas, em 2015, o número de famílias afetadas pelos danos causados pelas chuvas caiu para 80. Em 2016, apenas 18 famílias necessitaram ser abrigadas. Além da redução das áreas de risco para apenas duas.

Mas os números impressionam também em relação ao aumento da precipitação e a redução de danos ao mínimo. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Noé Estrela, os níveis de precipitação que João Pessoa vem recebendo nos últimos 4 anos têm sido elevados e, no entanto, os problemas se reduzem a pontos de alagamento e algumas inundações pontuais.

“Temos estados vizinhos que estão decretando calamidade pública com os números que representam metade da precipitação das chuvas que ocorreram em João Pessoa. Nos anos anteriores, o máximo nível precipitado em 24 horas foi de 67 mm em média. Nas 24 horas, entre os dias 28 e 29 do mês anterior, em 2017, foram precipitados 155,5mm”, destacou Noé.

No Nordeste – Em Pernambuco, na última terça-feira (30), o Governo do estado decretou que as 15 cidades que estavam em calamidade pública passaram a figurar, agora, numa lista de 24 municípios que são considerados em estado de emergência. Em Salvador, foram seis mortos até agora.

A Prefeitura de Maceió decretou estado de calamidade pública por causa da chuva que atinge a capital de Alagoas. Quatro pessoas morreram em deslizamentos de terra e outras quatro estão desaparecidas.

JP em Ação – O plano de prevenção da Prefeitura Municipal de João Pessoa é responsável por 11 ações, que integram diversas secretarias. O objetivo é promover intervenções que minimizem o impacto de desastres naturais naquelas comunidades.

Há quatro anos o programa promove, de acordo com um calendário pré-estabelecido com as secretarias participantes, ações como desassoreamento de rios, capinação, roçagem, remoção de entulhos, demolição de residências, poda de árvores, limpeza de canaletas, loneamento de barreiras, desobstrução de galerias pluviais, recuperação de bocas de lobo, além de assistência social, entre outras.

Parceiros – Além da Defesa Civil, o ‘João Pessoa em Ação’ conta com a participação das secretarias de Infraestrutura (Seinfra), Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Desenvolvimento Social (Sedes), Meio Ambiente (Semam), além da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur) e da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP).

 Atendimento 24 horas – A Defesa Civil funciona 24 horas por dia, através do Disk Defesa Civil (0800 285 9020).