Usuários da rede de saúde mental da PMJP participam de caminhada pela Luta Antimanicomial
Os usuários dos serviços da rede de saúde mental da Prefeitura Municipal de João Pessoa participam, nesta sexta-feira (18), às 15h, do encerramento da VIII Semana da Luta Antimanicomial com uma caminhada do Busto de Tamandaré, em Tambaú, até o Largo da Gameleira, em Manaíra. Durante a semana, os serviços de psiquiatria realizaram atividades culturais com os usuários.
De acordo com a coordenadora da Área Técnica de Saúde Mental, Alessandra Gomes, os serviços da prefeitura dão suporte às pessoas com transtornos mentais, evitando ao máximo a internação psiquiátrica. “Temos serviços substitutivos à internação, como os tratamentos ambulatoriais nos Caps e nos Cais, e leitos clínicos em hospitais gerais. Nos casos de crise aguda, há o Pronto Atendimento em Saúde Mental (PASM), um serviço de emergência que estabiliza o paciente e encaminha para internação, quando estritamente necessário, ou para os demais serviços”, explica.
A Rede de Atenção Psicossocial de João Pessoa é composta por quatro Centros de Atenção Psicossocial (Caps), leitos em hospital geral, Pronto Atendimento em Saúde Mental (PASM), Unidade de Acolhimento Infantil e Residências Terapêuticas. Ainda há serviço ambulatorial com psiquiatria na Unidade Básica de Saúde de Mandacaru, Unidade de Saúde das Praias e nos Centros de Atenção Integral à Saúde (Cais).
Referência – Alessandra Gomes relata que a Prefeitura de João Pessoa atende muitos usuários de outras cidades, que buscam um tratamento digno. “Não é apenas um tratamento em saúde mental, mas um conjunto de ações que envolvem dignidade, educação e convivência social”, avalia.
A coordenadora destaca também o papel da família no tratamento. “Os familiares têm uma grande importância na luta antimanicomial, no que se refere ao acolhimento e inclusão. Nós encontramos este protagonismo nos Caps, onde são desenvolvidas atividades específicas para os familiares com intuito de facilitarem a adequação e readaptação dos usuários no convívio social. Os pais levam seus filhos e ficam no Caps, participando de oficinas e de grupos terapêuticos. Isto é muito importante para formação de uma rede de apoio e possibilitar uma inserção na sociedade, no mercado de trabalho”, afirma. Já nas residências terapêuticas, que é onde ficam as pessoas que não têm família, o apoio é dado pelos profissionais da rede.
O tratamento em saúde mental é contínuo, sendo essencial o entendimento dos motivos do adoecimento. “A família está no centro da questão e, normalmente, os problemas começam ainda na infância. Por isso desempenhamos um trabalho com aproximadamente 350 crianças e adolescentes no Caps I, tratando transtornos mentais e dependência por álcool e outras drogas”, comenta Alessandra Gomes.