Vigilância Ambiental alerta sobre caracol africano

Por Rebeka Paiva - em 2069

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O clima frio e o tempo chuvoso em que a Capital paraibana vem enfrentando têm aumentado o número de caramujos encontrados na cidade. Isso porque essas condições climáticas facilitam a reprodução desses seres hermafroditas.

Pensando no bem-estar da população, a Gerência de Vigilância Ambiental, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), alerta sobre os perigos da Achatina fulica, o caracol africano, e como proceder quando encontrar o molusco.

“O nosso atual clima com chuvas intensas contribui para a proliferação do bicho criando ambientes úmidos. Além disso, ambientes com matéria orgânica e vegetação como os quintais e jardins das casas também favorecem o aparecimento do caracol”, explica o gerente da Vigilância Ambiental e Zoonoses, Nilton Guedes.

Nilton explica também que a prevenção da reprodução do caramujo africano pode ser feita a partir  da limpeza dos terrenos para evitar o crescimento de vegetação, que é o alimento do animal.

Além das ações do poder público, o controle de caramujo necessita da participação da população e durante as ações de controle do molusco os agentes de Vigilância Ambiental orientam a população sobre como proceder. “É necessária a conscientização da população sobre o caramujo africano, pois neste período de chuva e umidade é facilitada a reprodução dessa espécie invasora e exótica, que pode se reproduzir também dentro das residências caso o ambiente seja favorável e não apenas em espaços públicos”, destaca Nilton.

As equipes de Vigilância Ambiental e a Emlur fazem a catação e o controle em prédios e áreas públicas. Em áreas privadas como casas, condomínios e terrenos, o controle é de responsabilidade do proprietário.

A população pode acionar a Vigilância Ambiental através do número: 3218-9357 e 0800 282 7959.

Eliminação e controle da espécie – A forma mais indicada para combater a espécie e que qualquer pessoa pode fazer é através da catação, que deve ser feita sempre com a mão isolada por luvas ou sacos plásticos. Em seguida o caracol deve ser afogado em um balde cheio de água com sabão.

O Centro de Vigilância Ambiental faz a catação e o controle em prédios e áreas públicas. Em áreas privadas como casas, condomínios e terrenos, o controle é de responsabilidade do proprietário.

Consequência à população – O Achatina fulica é hospedeiro de várias espécies de vermes capazes de provocar doenças sérias como a meningite.

A meningite causada por A. cantonensis, tipo de verme, começa com a ingestão do caramujo ou de muco do molusco infectado. Uma vez ingeridas, as larvas do verme migram para o sistema nervoso central e se alojam nas meninges – membranas que envolvem o cérebro. O organismo inicia uma reação inflamatória, que resulta no quadro de meningite.

Geralmente, a doença é autolimitada, pois os parasitas não conseguem se reproduzir no ser humano e morrem naturalmente. No entanto, alguns pacientes desenvolvem formas graves e o índice de mortes é de 3%. O atraso no diagnóstico é um dos fatores que contribuem para o agravamento do quadro: cada dia de dor de cabeça prolongada aumenta em 26% as chances de coma.

Caracol africano – Achatina fulica é um molusco vindo da África. Ele também é chamado de acatina, caracol-africano, caracol-gigante, caracol-gigante-africano, caramujo-gigante, caramujo-gigante-africano ou rainha da África. Chegou ao Brasil de forma ilegal na década de 1980, no Paraná, com o intuito de substituir o escargot, uma vez que sua massa é maior que a destes animais.

Levado para outras regiões do país, a espécie não foi bem aceita pelos consumidores e proibida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), fazendo com que muitos donos de criadouros, displicentemente, liberassem seus representantes na natureza, sem tomar as devidas providências.

O caracol africano se reproduz de forma rápida e em larga escala e não possui um predador natural.