Prefeitura de João Pessoa tem sede para destinação do lixo eletrônico

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A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) encontrou a destinação ideal para os resíduos eletrônicos, como peças de computadores e baterias de aparelho celular. O lixo eletrônico agora pode ser descartado no Centro de Coleta de Resíduos Eletrônicos da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), localizado na Rua Gouveia Nóbrega, no Róger, em frente ao Parque Arruda Câmara (Bica). Uma parceria com uma empresa de reciclagem vai garantir o reaproveitamento dos materiais em novos produtos.

O gerente de Destinação Final de Resíduos da Emlur, Edmilson Fonseca, afirma que o centro está apto a receber qualquer tipo de aparelho eletrônico, principalmente os equipamentos de informática e de telefonia celular, que são os mais consumidos pela população.

De acordo com o administrador do Centro de Coleta de Resíduos Eletrônicos, Raimundo Nonato, os materiais mais arrecadados são os monitores. “Na parte de informática já recebemos mais de 60 monitores, além de 25 CPUs e impressoras”. Outros materiais recebidos são baterias de celular e de notebook.

Raimundo Nonato afirma que a participação popular está aumentando e que há pessoas que chegam ao centro para entregar até cinco aparelhos de uma vez só, como é o caso do professor de Educação Física, Felipe Sousa. Ele arrecadou com amigos monitores quebrados, que não eram mais usados, e levou ao centro de coleta.

“Acho que cada um tem que fazer a sua parte. Já que a prefeitura da Capital está disponibilizando este serviço, devemos aproveitar e trazer aquilo que não usamos mais, evitando de guardarmos entulho e de poluirmos o meio ambiente”.

No momento da entrega, é feito um cadastro do material que está sendo doado. “O doador preenche uma ficha e deixa seus dados como RG e CPF, e assina autorizando a doação dos equipamentos”, afirma Raimundo Nonato.

Edmilson Fonseca orienta que a população não insira os resíduos eletrônicos junto aos materiais entregues na coleta seletiva, devido a possíveis riscos à saúde dos agentes de limpeza. “Estes materiais eletrônicos exigem diversos cuidados no manuseio, então por segurança, o ideal é que sejam entregues no posto de coleta”.

O lixo eletrônico também não deve ser jogado no lixo comum nem enviado ao aterro sanitário. Quando isso acontece há grandes possibilidades de que os componentes tóxicos contaminem o solo e cheguem aos lençóis freáticos, afetando também a água da região.

Veja os danos causados à saúde no descarte e manuseio incorreto dos resíduos eletrônicos:

Chumbo: Usado nos computadores, celular e televisão, o elemento afeta o sistema nervoso e sanguíneo.
Mercúrio: Causa danos cerebrais e ao fígado, sendo usado no computador, monitor e TV de tela plana.
Cádmio: Causa envenenamento, danos aos ossos, rins e pulmões. O elemento está presente nos monitores de tubo antigos e nas baterias de notebooks.
Arsênico: Encontrado no telefone celular, o elemento químico causa doenças de pele, prejudica o sistema nervoso e pode causar câncer no pulmão.

Belírio: Também usado no computador e no celular, o belírio causa câncer no pulmão.

Reciclagem – Os equipamentos eletrônicos são armazenados no ponto de coleta até serem levados para uma empresa de reciclagem, a RCTec Resíduos Eletrônicos, que funciona em Bayeux, e é conveniada com a Emlur. Em junho deste ano, a Emlur apoiou uma campanha da RCTec pelo recebimento de lixo eletrônico, na semana do meio ambiente, que arrecadou 3,85 toneladas de equipamentos.

Conforme o proprietário da RCTec, Flávio Costa, as peças são vendidas e reaproveitadas na fabricação de novos produtos. Ele destaca a reciclagem do ferro dos gabinetes na fabricação de vigas, pregos e parafusos, usados na construção civil, além do plástico e do vidro, que são amplamente empregados no setor industrial.

Serviço – O Centro de Coleta de Resíduos Eletrônicos funciona na Rua Gouveia Nóbrega, no Róger, em frente ao Parque Arruda Câmara (Bica). Os resíduos eletrônicos podem ser entregues de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h. Aos sábados e domingos o atendimento acontece das 7h às 11h.

Veja como funciona a reciclagem de materiais da RCTec

Plástico – é reciclado e volta ao mercado como plástico para qualquer setor.

Ferro – o material é vendido para uma grande indústria do setor da construção civil, sendo utilizado na fabricação de vigas, pregos e parafusos. O ferro é principalmente encontrado nas carcaças do gabinete.

Vidro – os monitores de computadores são descontaminados em uma empresa de São Paulo e transformados em vidro novamente, mas não necessariamente, em novos monitores.

Placas – o material é reciclado em Cingapura. A reciclagem consiste na captação de metais nobres e pesados. No caso do chumbo, a substância é utilizada nos monitores, por exemplo, mas novas placas podem ser feitas a partir das velhas.