Semam aguarda liberação da SPU para recolocar contêineres cedidos ao Projeto Tartarugas Marinhas

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A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) aguarda apenas a liberação da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) para recolocar nas areias da praia do Bessa os dois contêineres e as duas tendas cedidas ao grupo de voluntários responsável pelo Projeto Tartarugas Urbanas. O trabalho deles, que recebe apoio da Secretaria de Meio Ambiente do Município (Semam), foi encerrado no último sábado (28), porque a SPU não autorizou a permanência dos equipamentos no local.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente de João Pessoa, Edilton Nóbrega, a Semam está com tudo pronto para retomar o auxílio aos voluntários, cujo trabalho, ao longo de 11 anos, protegeu 12 mil ninhos de tartarugas, segundo estimativas da Ong Guajiru. “Tudo o que estava ao nosso alcance, foi feito. A Secretaria, inclusive, como órgão ambiental, concedeu a licença para a atividade, mas a Secretaria do Patrimônio da União não autorizou a permanência”, pontuou.

Ameaçadas de extinção, as tartarugas marinhas usam as praias urbanas no Brasil para a desova apenas nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Nessas condições, apesar de possibilitar que as pessoas conheçam melhor a necessidade de preservação, o risco para os animais também é mais elevado. Tudo porque, após a eclosão dos ovos, há risco de as tartarugas, atraídas pela iluminação noturna, irem para o asfalto e não para o mar.

A sinalização dos ninhos, bem como o cuidado para que as tartaruguinhas sigam para o mar é feita por voluntários ligados à Guajiru. A Ong, para atuar, conseguiu autorização do Instituto Chico Mendes e do Comitê Gestor do Projeto Orla. Apesar disso, a Secretaria do Patrimônio da União não liberou a manutenção dos contêineres na praia. A estrutura cedida pela Prefeitura era mantida no local há seis meses.

Depois de encerrar as suas atividades, por causa da retirada dos equipamentos, a Ong Guajiru revelou que foram encontradas 99 tartarugas mortas na praia do Bessa. Delas, 19 foram encontradas esmagadas no asfalto e outras 80 estavam na grama. Os ambientalistas explicam que elas usam a luz do dia para orientar o seu deslocamento em direção ao mar. Sem proteção, elas podem ser atraídas, à noite, pela luz dos postes.

Atualmente, segundo Edilton Nóbrega, existem dez ninhos de tartarugas na praia do Bessa, com riscos para os novos filhotes. “Estamos aguardando um posicionamento do Patrimônio da União. Retiramos a estrutura porque corríamos risco de ser acionados judicialmente. Na hora que eles liberarem, levaremos a estrutura de volta”, ressaltou, lembrando que a PMJP também tem disponibilizado educadores ambientais para orientar o trabalho na área, que conta com o apoio de um grande número de voluntários.