Animais criados no Parque Arruda Câmara ajudam em recuperação de espécie no Recife

Por Patrícia Cantisani - em 1081

O Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), mantido pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), desenvolve um trabalho permanente de preservação e conservação de várias espécies, promovendo, inclusive, a reprodução em cativeiro. Por causa dessas ações, uma equipe da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) de Recife (PE) recorreu a Bica.

Médicos veterinários, uma gestora ambiental e uma estagiária estiveram no Parque Arruda Câmara, nesta quarta-feira (22), para realizar a coleta de sangue em duas guaxinins (Procyon cacrivoro), com o objetivo de recuperar a saúde de outro animal da mesma espécie.

Marcelo Santos, médico veterinário, explicou que no Recife não conta dessa espécie vivendo em cativeiro. “O Parque Arruda é nosso parceiro e assim que acionamento a equipe daqui, tivemos uma resposta positiva. Dessa forma, viemos para João Pessoa para fazer a coleta de sangue em duas guaxinins adultas fêmeas, que apresentavam excelente estado de saúde”, afirmou.

O animal que irá receber a doação de sangue é da mesma espécie do doador, só que macho. Ele era criado por um popular e foi entregue ao Corpo de Bombeiros de Goiana (PE) assim que ficou doente. Ele então foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Pernambuco. Atualmente, o guaxinim está em tratamento no Hospital Veterinário Harmonia, no Recife, após apresentar piora do quadro clínico, com anemia, diarreia e vômito.

“O hospital tem equipamentos mais modernos e profissionais que podem recuperar a saúde desse animal. Foi lá que verificamos a necessidade urgente da transfusão de sangue”, afirmou Marcelo Santos.

Para realizar a coleta de sangue foi feita uma contenção química nos animais. Em Recife, o material coletado vai ser analisado quanto ao valor hematológico e feito o cálculo de quanto o animal doente poderá receber. “O objetivo da transfusão é aumentar a capacidade do animal em metabolizar a medicação administrada, proporcionando ao organismo uma sobrevida maior, para que possa conseguir responder ao tratamento e se recuperar”, explicou.

O médico veterinário do Parque Arruda Câmara, Thiago Nery, ressalta a importância desse tipo de parceria, que ajuda a salvar a vida dos animais criados em cativeiro. “Os animais que estão cativos em zoológico também ajudam na preservação das espécies, não só na reprodução, mas também nesse tipo de apoio, como transfusão de sangue e coleta de material biológico”, disse.