Elefanta Lady demonstra adaptação e bem estar no Parque Arruda Câmara

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Patrícia CantisaniBica_foto cedida por Patricia Cantisani

Após um ano em sua nova morada, no Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), a elefanta Lady permanece saudável e tranquila, encantando a crianças e adultos que a visitam periodicamente. Os técnicos do zoológico avaliam que foi um ano no qual ela respondeu positivamente aos tratamentos disponibilizados, como também ao ambiente que foi projetado especialmente para ela.

Nascida em cativeiro, a elefanta Lady passou vários anos de sua vida como uma das principais atrações do Circo Europeu Internacional, até ser doada à Prefeitura Municipal de João Pessoa que, através da Secretaria de Meio Ambiente, preparou o Parque para recebê-la. Após um período de adaptação, sem exposição ao público, Lady ganhou um ambiente projetado especialmente para ela, num espaço com quase dois mil metros quadrados (2.000 m²), que obedece às regras da legislação ambiental. A expectativa de vida de um elefante varia de 80 a 100 anos e Lady está atualmente com pouco mais 40 anos.

Jair Azevedo, diretor do Parque, informa que Lady tem se alimentado bem, se adaptou ao recinto, e que os comportamentos estereotipados dela diminuíram. Ele informa, também, que, em 2014, participou de um Workshop, sobre elefantes, em Pomerode, Santa Catarina, e trouxe novidades para acrescentar aos tratamentos dedicados ao animal, dentre eles, a mudança na alimentação e também na forma de contato, onde o tratador passa a fornecer a comida e realizar a limpeza do recinto sem estar perto do animal, evitando, o máximo possível, a aproximação dele com pessoas, visando assim, estimular um comportamento natural e restabelecer seus instintos, além de garantir a integridade física de quem está trabalhando com ele.

Além disso, serão colocados alguns equipamentos no recinto para promover o entretenimento, que também faz parte do bem estar do animal. “Nós estamos pensando bastante sobre isso, para não fazermos algo que possa trazer problemas depois. Elefante tem uma força muito grande, então é necessário ter o equipamento certo para fazer algo que seja seguro.” afirmou Jair Azevedo.

Por sugestão dos ministrantes do workshop, componentes do “African Safari”, a alimentação da elefanta passou a ser composta de ração para cavalo e capim, diminuindo as frutas da dieta. Helze Lins, bióloga e chefe do setor de nutrição do Parque, explica que antes era usada uma ração baseada em capim e frutas, além de farelo de trigo e de milho, mas a sugestão foi adotada, e está sendo feita a alteração gradativamente, para que Lady não sinta a mudança.

“O intestino do elefante é semelhante ao do cavalo, colocamos a ração e ela gostou bastante, agora as frutas são utilizadas só no manejo, para que ela se disponha a responder melhor”, comentou a bióloga.

Segundo Thiago Nery, veterinário do Parque, os problemas de desnutrição, oftalmológicos e nas articulações, adquiridos durante o período em que Lady esteve no circo, foram revertidos com tratamentos feitos com medicamentos específicos, de linha veterinária, a partir do diagnóstico realizado através do convenio com a Universidade Federal de Campina Grande, que processou os exames laboratoriais de sangue, fezes e urina, e utilizou uma Câmera com sensibilidade térmica para ver onde havia processo de inflamação nas articulações, além dos exames oftalmológicos “Lady sempre foi muito tranquila, e aceitou bem todos os exames e tratamentos que realizamos nela”, afirmou Thiago Nery.

O Parque é aberto à visitação pública de terça à domingo, das 8h às 17 horas (bilheteria até ás 16h), está localizado na Av. Gouveia Nóbrega, s/n – Roger. A entrada custa R$ 1,00 por pessoa, crianças até 7 anos não pagam, nem idosos. Mais informações: telefone 3218-9710.