Parque da Bica mantém atividades de reabilitação de animais durante isolamento social

Por Patrícia Ramalho - em 1048

O Novo Parque da Bica está fechado para visitação pública, mas as atividades de reabilitação de animais estão sendo realizadas, durante este período de afastamento social para prevenção ao coronavírus. Todos os animais estão sendo acompanhados pelos técnicos, que cuidam do bem-estar, do equilíbrio nutricional e da saúde das espécies abrigadas.

O secretário de Meio Ambiente, Abelardo Jurema Neto, destacou que a população pode ficar tranquila. “Neste período de distanciamento social, a Bica está fechada em respeito aos decretos do Prefeito Luciano Cartaxo e às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para evitar a disseminação do coronavírus. Enquanto isso, todos os serviços de manutenção dos animais seguem sua rotina. Parques como a Bica têm um papel importantíssimo para a preservação das espécies e nossos serviços não estão parados durante este período”, comentou.

A Bica é um importante núcleo de proteção e reintegração da fauna, salvando espécies com reprodução em cativeiro, atuando como um centro de recuperação e preservação das espécies em perigo de extinção. Os animais que estão no Parque não têm condições de retornar à natureza. São bichinhos vítimas de maus tratos e do tráfico de animais.

Aqueles que conseguem se recuperar e têm condições de sobreviver sem ajuda humana, são devolvidos à natureza. No ano passado os biólogos, médicos veterinários e zootécnicos da Bica reabilitaram e encaminharam para soltura pelo menos 50 animais entre aves, répteis e mamíferos.

Os animais chegam ao Parque da Bica vindos de órgãos oficiais ligados ao Meio Ambiente, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e Polícia Ambiental, são encaminhados para o setor veterinário para avaliação, são tratados, passam por uma reabilitação, quando precisam, e após a alta, são conduzidos pelos órgãos competentes para soltura, sendo reencaminhados à natureza ou ficando sob os cuidados humanos.

O Parque da Bica abriga aproximadamente 400 animais, com cerca de 90 espécies nativas e nordestinas, que vivem de forma permanente no local, todos monitorados diariamente pelos técnicos das diversas áreas e que podem ser visitadas pelo público.

Atendimento – Thiago Nery, médico veterinário e chefe da Divisão de Zoológico da Bica, explica que há três anos o setor veterinário passou por uma melhoria e teve sua instalação ampliada para oferecer maior qualidade aos atendimentos dos bichos que habitam o Parque. “Hoje, temos uma área ambulatorial ampla, com excelentes equipamentos, onde conseguimos fazer uma parte dos exames aqui na Bica, e temos também parcerias com instituições e laboratórios, como UFPB, UFCG, UERN e IFPB, contando com uma rede de profissionais multidisciplinares à disposição”. O setor veterinário do Parque da Bica também é relevante na capacitação de estudantes de graduação e na execução de pesquisas na área da Medicina Veterinária.

Paulo Maia, diretor administrativo do Parque da Bica, reforça que durante esse período, em que a Bica está fechada, os cuidados com os animais estão assegurados, apesar do horário de trabalho reduzido. “Diariamente, eles são assistidos pelos nossos técnicos, que mantém o seu bem-estar tanto na saúde como também quanto à higienização dos recintos e a alimentação, que fica a cargo dos tratadores que trabalham em regime de plantão”.

O diretor esclarece que a Bica não recebe animais da população e que caso um animal, silvestre ou exótico, seja encontrado pela população, o correto é procurar a Polícia Ambiental, ligando para 190. Após o resgate, o animal é enviado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas).