SAÚDE DA MULHER

A Área Técnica de Saúde da Mulher possui como eixo norteador, a Política de Atenção Integral de Atenção à Saúde das Mulheres – PNAISM, do Ministério da Saúde. Nosso trabalho está focado nos eixos prioritários, que são:

  1. Rede Cegonha;
  2. Rede Oncológica;
  3. Atenção Clínico-Ginecológica.

As mulheres representam a maioria da população residente no município (53,2%) e constituem-se como as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), estando distribuídas para estratégia de acompanhamento de indicadores de monitoramento e avaliação das políticas de saúde, conforme tabela abaixo:

Tabela 1 – População feminina de João Pessoa.

FAIXA ETÁRIA POPULAÇÃO INDICADOR
10 a 49 anos 267.011 Mulheres em Idade Fértil
25 a 64 anos 233.885 Rastreamento Câncer de Colo de Útero
40 a 74 anos 139.281 Rastreamento Câncer de Mama
Total > 10 anos: 349.090

Fonte: Estimativas preliminares elaboradas pelo Ministério da Saúde/SVS/CGIAE, TABNET/DATASUS.

 

  1. REDE CEGONHA

Rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Na Rede Municipal dispomos dos serviços, de acordo com os eixos estruturantes da Rede Cegonha:

 

1.1 PLANEJAMENTO REPRODUTIVO

  • ANTICONCEPCIONAIS ORAIS E INJETÁVEIS: Unidade de Saúde da Família (USF), Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS) Cristo e Mangabeira;
  • INSERÇÃO DO DISPOSITIVO INTRAUTERINO (DIU): Instituto Cândida Vargas (ICV), Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho (HPMGER) e Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW);
  • LAQUEADURA TUBÁRIA: ICV, HPMGER, HULM e Maternidade Frei Damião (MFD);
  • VASECTOMIA: Hospital Municipal Santa Isabel (HMSI), HPMGER e HULW.

1.2 ATENÇÃO OBSTÉTRICA

  • GESTAÇÃO DE BAIXO RISCO/RISCO HABITUAL: USF, UBS, CAIS Cristo e Mangabeira;
  • GESTAÇÃO DE ALTO RISCO: USF, UBS, CAIS Cristo e Mangabeira, ICV, HULW e MFD.

1.3 ATENÇÃO ÀS SITUAÇÕES DE ABORTAMENTO

  • ICV, HPMGER, HULW e MFD.

 

  1. REDE DE ATENÇÃO ONCOLÓGICA

2.1 PREVENÇÃO, TRATAMENTO E CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

O Plano Nacional de Saúde 2016-2019, reforçando a discussão do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT, enfatiza a importância da articulação entre as Redes de Atenção a Saúde, dentre elas a Rede de Atenção a Saúde das pessoas com DCNT, como um de seus objetivos. No que se refere à Saúde da Mulher, especificamente a prevenção do câncer de colo de útero, estabelece como meta nacional ampliar a cobertura de exames citopatológicos em mulheres de 25 a 64 anos, atualmente o mínimo atende apenas a 1/3 dessa população (BRASIL, 2016).

Além de constituir a porta de entrada preferencial da rede de serviços de saúde e de acesso universal, compete às equipes de Saúde da Família a responsabilidade pela coordenação dos cuidados e acompanhamentolongitudinal, mesmo quando o usuário se encontra em outros níveis de atenção (BRASIL, 2012; INCA, 2011).

Na prevenção e controle do câncer do colo do útero, muitas ações são executadas nesse nível de atenção,desde aquelas voltadas para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST), até as dirigidas para adetecção precoce do câncer, a saber: informação e esclarecimento da população sobre o rastreamento, identificação dapopulação feminina na faixa etária prioritária, identificação de mulheres com risco aumentado, convocaçãopara exame, realização da coleta da citologia, identificação de faltosas e reconvocação, recebimento dos laudos,identificação das mulheres com resultados positivos ao rastreamento para vigilância do caso, dentre outras.

Na Rede Municipal os serviços direcionados ao diagnóstico, prevenção e controle do câncer de colo de útero são:

  • COLETA DE CITOPATOLÓGICO DE COLO DE ÚTERO: USF, UBS, CAIS;
  • COLPOSCOPIA, EXERESE DA ZONA DE TRANSFORMAÇÃO DO COLO UTERINO – CAF e BIÓPSIA: Centro Especializado no Diagnóstico do Câncer (CEDC) e ICV;
  • TRATAMENTO CIRÚRGICO, QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA: Hospital Napoleão Laureano (HNL) e Hospital São Vicente de Paulo (HSVP).

2.2 PREVENÇÃO, TRATAMENTO E REABILITAÇÃO APÓS CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama é uma das lesões malignas mais temidas pelas mulheres, pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem corporal. Ela é relativamente rara antes dos 35 anos, mas com o avançar da idade sua incidência cresce rápido e progressivamente. Quando identificado em estágios iniciais (lesões menores de 2 cm de diâmetro), apresenta prognóstico mais favorável e a cura pode chegar a 100%.

Os sintomas do câncer de mama são: nódulo mamário de consistência endurecida e fixo, descarga papilar sanguinolenta ou em “água de rocha”, lesão eczematosa da pele, edema mamário com pele em aspecto de “casca de laranja”, retração na pele da mama, mudança no formato do mamilo.

Para a detecção precoce do câncer de mama na população geral, as recomendações são: autoexame das mamas (recomendado apenas para que a mulher tenha conhecimento de seu corpo e não como método de rastreio); exame físico anual, por médicos ou enfermeiros; mamografia de rastreio anual, a partir dos 50 anos (URBAN et. al, 2012; BRASIL, 2013; INCA, 2015).

 

Observações:

  • Em mamas radiologicamente densas ou a fim de complementação diagnóstica preconiza-se a associação da ultrassonografia;
  • Nas mulheres com risco especial para câncer de mama, os exames de rastreio começam a partir dos 35 anos.
  • Risco especial para câncer de mama: Ter mãe, irmã ou filha com câncer de mama antes da menopausa; ter pelo menos dois parentes próximos com câncer de mama em qualquer idade; ter tido diagnóstico de lesões de alto risco em biópsia de mama, como hiperplasia atípica e neoplasia lobular in situ.

Na Rede Municipal os serviços direcionados ao diagnóstico, prevenção, controle e reabilitação do câncer de colo de mama são:

  • EXAME CLÍNICO DAS MAMAS: USF,UBS e CAIS.
  • MASTOLOGISTA: CAIS Jaguaribe, CEDC, UBS Mandacaru, HMSI, HPMGER, HULW e Policlínica Ciências Médicas;
  • USG MAMÁRIA: CAIS Mangabeira, CEDC, Hospital Padre Zé, HSVP, HULW e RADIOMED;
  • MAMOGRAFIA: HNL, HSVP, RADIOMED, Clínica Radiológica Dr. Azuir Lessa;
  • PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF) E BIÓPSIA: CEDC;
  • PUNÇÃO POR AGULHA GROSSA (PAG) E BIÓPSIA: CEDC e HNL;
  • TRATAMENTO CIRÚRGICO, QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA: HNL e HSVP;
  • CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA: HNL.

 

  1. ATENÇÃO CLÍNICO-GINECOLÓGICA

Nesteeixo prioritário englobam-se as ações voltadas ao acompanhamentodo climatério e menopausa;a prevenção, tratamento e controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), Aids e Hepatites Virais; às vítimas de violência; e às populações vulneráveis e específicas. Na Rede Municipal os serviços, direcionados a atenção clínico-ginecológica são:

3.1 PREVENÇÃO, TRATAMENTO E CONTROLE DAS IST, AIDS E HEPATITES VIRAIS

  • TESTE RÁPIDO: USF, UBS e SAE/CTA;
  • SOROLOGIAS: LACEN Municipal;
  • TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO: SAE/CTA e SAE/HULW.

3.2 SAÚDE DA POPULAÇÃO DE LÉSBICAS, BISSEXUAIS E TRANSEXUAIS

 

3.3 ACOMPANHAMENTO AO CLIMATÉRIO

  • URGÊNCIAS GINECOLÓGICAS: ICV e UPA;
  • TRATAMENTO CIRÚRGICO: ICV e HMSI.

3.4 ATENÇÃO ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA

  • CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA E PROFILAXIA PÓS-EXPOSIÇÃO: Hospital Infantil Arlinda Marques, Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, ICV e MFD;
  • ATENÇÃO À SAÚDE: CAIS, Curadoria da Saúde, Hospitais e Maternidades, Unidades de Pronto-Atendimento (UPA), USF, UBS, SAMU e Serviço de Atendimento Especializado do Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA);
  • CENTRO DE REFERÊNCIA DA MULHER EDNALVA BEZERRA.

 

REFERÊNCIAS

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Saúde 2016-2019.Brasília: Ministério da Saúde, 2016.

 

  1. ______. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres de colo do útero e da mama. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

 

  1. ______. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

 

  1. ______. Ministério da Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

 

  1. ______. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2.351, de 5 deoutubro de 2011.Altera a Portaria nº 1.459/GM/MS, de 24 de junho de 2011, que institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede Cegonha.

 

  1. ______. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011.Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede Cegonha.

 

  1. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva – INCA. Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero. Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Rio de Janeiro: INCA, 2011.

 

  1. ______. Diretrizes para a detecção precoce do câncer de mama no Brasil.Coordenação Geral de Ações Estratégicas. Divisão de Apoio à Rede de Atenção Oncológica. Rio de Janeiro: INCA, 2015.

 

  1. URBAN, LABD.et al. Recomendações do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, da Sociedade Brasileira de Mastologia e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia para rastreamento do câncer de mama por métodos de imagem. RadiolBras, São Paulo, v. 45, n. 6, p. 334-339, Dec. 2012.

Dados Saúde Mamária 2017

Dados Saúde Mamária 2018